Última modificação em: 28/09/2023 13:18
Tratamento de lixo hospitalar: como é feito o descarte?
O tratamento de lixo hospitalar é extremamente perigoso. Ele é de alto poder de contaminação tanto humana quanto do ambiente. Se até uma simples radiografia não pode ser armazenada por muito tempo, imagine os resíduos que ficam em ambientes de saúde.
Seringas, remédios e luvas devem ser descartados de maneira correta. Neste post, você vai entender como é feito o descarte do tratamento de lixo hospitalar. Confira:
O que é tratamento de lixo hospitalar?
Também chamado de resíduo de serviço de saúde, o tratamento de lixo hospitalar é proveniente de locais onde há tratamento e coleta de materiais biológicos tanto humanos quanto animais.
Então, clínicas, veterinárias, hospitais e postos de saúde produzem lixos dessa categoria. No entanto, laboratórios de pesquisa ou farmacologia e até distribuidores de produtos farmacêuticos também são enquadrados.
Esse tipo de resíduo é altamente patológico, já que armazena um grande número de bactérias e vírus. Portanto, é necessário que seja feito um descarte específico para ele, pois o descarte comum oferece alta periculosidade aos profissionais de coleta e reciclagem.
Quais são os tipos de tratamento de lixo hospitalar?
Segundo a RDC 306/2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os lixos hospitalares são categorizados em grupos:
Como é feito o tratamento de lixo hospitalar desses resíduos?
A Anvisa estabeleceu regras nacionais para normatizar a coleta do tratamento de lixo hospitalar desde o descarte até o destino.
O ideal é que cada gerador de resíduos crie um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) baseado nas características dos resíduos gerados e na classificação dada pelo órgão. Isso garante que o lixo seja separado e descartado corretamente.
Primeiramente, o tratamento de lixo hospitalar é descartado em um saco plástico branco extremamente resistente. Esse saco plástico não pode ser reaproveitado posteriormente e deve atender à NBR 9191/2000 da ABNT.
Já os resíduos líquidos devem ser armazenados em recipientes constituídos de material compatível, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante.
Tanto os sacos plásticos quanto os recipientes devem ter um adesivo de identificação do tipo de resíduo armazenado.
Depois, é feito o transporte dos resíduos por uma empresa especializada. Ele deve atender ao roteiro previamente definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades.
Além disso, é essencial que o veículo de transporte tenha o Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP). Isso porque a certificação garante que o caminhão tenha toda a segurança e não cause transtornos durante o trajeto.
O lixo é enviado para o tratamento adequado, que pode ser por meio de incineração (queimados em altas temperaturas) ou esterilização em enclaves próprios.
Lembre-se de que medicamentos impróprios para uso (grupo B) devem ser devolvidos aos fabricantes. Já os rejeitos radioativos (grupo C), devem ser descartados conforme regras da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Autoclave, um processo de esterilização a vapor dos resíduos do grupo A1, A4 e E, no qual se aplica vapor saturado sob pressão superior à atmosfera com a finalidade de se obter a esterilização do resíduo. Consiste em um sistema de alimentação sob determinadas condições de pressão, que conduz os resíduos até uma câmara estanque onde é feito vácuo e injetado vapor d’água a uma temperatura que varia de 130 a 140°C. Os resíduos devem permanecer na câmara durante um determinado tempo até se tornarem estéreis.
Microondas, uma tecnologia de tratamento térmico a uma temperatura que varia de 90 a 98ºC, onde promove a desinfecção dos resíduos do grupo A1, A2, A4 e E, por meio da exposição dos resíduos a ondas eletromagnéticas de alta freqüência (microondas), eliminando eventual contaminação microbiológica. Este sistema também promove a descaracterização e a redução do volume dos resíduos tratados.
Incinerador, um processo de tratamento térmico a uma temperatura que varia de 800 a 1200ºC, esse sistema também é empregado no tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde, na sua grande maioria no tratamento de Carcaças Animais – Grupo A2, A4, Peças Anatômicas – Grupo A3 e Grupo B, reduzindo o peso e volume através da combustão controlada. As cinzas geradas nesse processo são encaminhadas para Aterros Licenciado Classe I.