A incineração de lixo infectante, também chamado de resíduo do grupo A segundo a RDC ANVISA nº 222/2018, é um processo controlado de combustão em alta temperatura destinado a eliminar agentes patogênicos e reduzir o volume do resíduo. Abaixo estão os principais procedimentos técnicos e legais envolvidos:
Os resíduos são recebidos em embalagens específicas (normalmente sacos brancos leitosos com símbolo de infectante).
São pesados, registrados e inspecionados.
Verifica-se a conformidade do resíduo com os aceitos no sistema de incineração.
Os resíduos são armazenados em ambiente refrigerado (se necessário) e ventilado, com piso impermeável e sistema de contenção de líquidos.
Devem permanecer armazenados por tempo limitado, conforme definido no PGRSS (normalmente até 48h, no máximo 7 dias).
Os resíduos são colocados na câmara primária do incinerador, manualmente ou por sistemas automáticos.
O incinerador deve atender a especificações técnicas, como:
Temperatura da câmara primária: mínimo de 800 ºC.
Temperatura da câmara secundária: mínimo de 1.100 ºC, com tempo de residência de gases ≥ 2 segundos.
Na câmara primária ocorre a combustão parcial dos resíduos.
Na câmara secundária ocorre a oxidação total dos gases, destruindo agentes patogênicos e substâncias tóxicas.
Essencial para evitar emissão de poluentes como dioxinas e furanos.
Inclui:
Lavadores de gases (scrubbers)
Filtros de mangas ou ciclones
Controle contínuo de emissão (opcional, mas recomendado)
As emissões devem estar dentro dos limites da CONAMA nº 316/2002 e legislações estaduais.
Cinzas e escórias geradas devem ser classificadas (NBR 10004) e, em geral, são resíduos perigosos (classe I).
Devem ser encaminhadas para aterros industriais licenciados ou, em alguns casos, podem passar por tratamento prévio.
RDC ANVISA 222/2018
Resolução CONAMA 358/2005
Resolução CONAMA 316/2002
Normas ABNT NBR 11175, NBR 12808
Temperatura e tempo de residência dos gases.
Emissão de material particulado, CO, NOx, dioxinas e furanos (dependendo da licença).
Quantidade de resíduo incinerado e cinzas geradas.
Funcionários devem usar EPIs adequados e passar por treinamentos de biossegurança.
Instalações devem contar com planos de contingência para vazamentos, incêndios ou falhas de operação.